Livres para Voar

Com o amadurecimento dos jovens, chegando os dezoito e completando a última série do ensino regulamentar, sentimos a necessidade de encorajá-los a se tornarem mais independentes. Acreditamos que a liberdade para tomar as próprias decisões e seguir o seu próprio caminho faz parte da dignidade humana.

Em 2012, recebemos uma visita de uma juíza brasileira da Vara de Direito e Infância. Ela nos deu a ideia de “repúblicas”, onde os jovens maiores de idade podem começar a alçar os seus primeiros voos fora de nossas casas. Assim, demos início ao programa Livres para voar.

Nesse programa, o MOD ajuda os jovens mobiliando pequenos apartamentos. Eles mesmos pagam o aluguel, as despesas de alimentação e os itens pessoais. Nós não paramos de monitorá-los e assisti-los se estão em dificuldade, mas eles são responsáveis pelas suas próprias decisões.

Quando uma criança pequena começa a andar, ela não fica mais em nosso colo, mas não deixa de receber o nosso cuidado. Assim como os pais podem enfrentar dificuldades com as suas crianças quando elas crescem, o MOD também as enfrenta. Nem sempre os jovens tomam as melhores decisões, mas nós estaremos sempre dispostos a lhes oferecer encorajamento e suporte.

Até hoje, mais de 90 jovens já voaram. Alguns ainda permanecem trabalhando conosco, outros trabalham em outros lugares. Alguns casaram e outros se mudaram para outras partes do Nepal ou outros países. Podemos afirmar que a maioria está voando bem e mais alto.

O programa Livres para voar também beneficia os nossos funcionários e outros adolescentes e jovens que querem viver com a sua própria família ao invés de repúblicas. Por volta de 30 casas foram construídas para esse propósito. É maravilhoso ver o sonho da casa própria sendo realizado em suas vidas!

Eu sou a Tamy. Eu me lembro de como a minha vida era difícil antes de vir ao MOD. Meu pai era viciado em álcool e minha mãe tinha que trabalhar para prover para a nossa família. Ele brigava com ela o tempo todo. Por conta disso, minhas três irmãs, meu irmão e eu fomos colocados em organizações. Minhas duas irmãs mais velhas estavam morando com o MOD, mas eu estava morando com meu irmão e a outra irmã em uma outra organização. Eu me lembro de que não era um bom ambiente. O zelador costumava nos bater, muitas vezes sem motivos. Eu tinha sete anos de idade em 2005 quando as minhas irmãs conseguiram nos trazer para o MOD. Eles nos receberam de braços abertos!

Eu sou muito grata ao MOD porque o que minhas irmãs e eu somos hoje é um reflexo do que a organização fez por nós. Através do MOD eu soube o que significam o amor e o cuidado. Eu tive oportunidade de ter uma boa educação.
Depois de concluir o ensino fundamental, eu pensei que era tempo de viver com meus pais novamente. Eles não estavam mais brigando como antes e eu queria ajudar no cuidado com eles porque estão envelhecendo. O MOD já tinha providenciado um abrigo para os meus pais e agora eu posso viver com eles. A organização também me ajudou a obter o meu primeiro emprego em seu escritório. Com o meu salário, posso ajudar a minha família. Hoje, estou estudando me graduando em Administração por conta do programa de bolsas escolares do MOD.
O MOD fez toda a diferença na minha vida e da minha família!

Olá! Meu nome é Kabita. Eu vim ao MOD em 2003. Eu tinha cinco anos de idade. Minha irmã já estava morando na organização. Eles me receberam porque eu não tinha ninguém que pudesse cuidar de mim em minha família.

Meu pai deixou a família quando eu nasci e minha mãe tinha que trabalhar. Eu não me lembro da época em que vivia com a minha família, mas sempre quis morar com a minha mãe. Isso aconteceu quando eu tinha 18 anos!

Eu sou muito grata ao MOD por providenciar um ambiente de família quando eu não tinha com a minha própria família. Por me dar a oportunidade de estudar, de me encontrar e me tornar quem eu sou. A minha vida foi mudada! Hoje, eles me ajudam em meus estudos para me tornar empresária.

Eu também sou grata porque me reintegraram com a minha família. Depois do terremoto de 2015, o MOD estava construindo muitas casas para muitas pessoas. Eles construíram uma casa para a minha família. Naquele tempo, minha mãe, minha irmã e meu irmão mais velhos estavam vivendo nessa casa.

Eu não morava com eles porque eu queria terminar os meus estudos. Quando terminei a décima série, finalmente tive a oportunidade de viver com a minha família novamente.

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