O sonho de ter a nossa própria escola no Nepal surgiu de duas razões principais. Primeiramente, quando acompanhávamos a nossas crianças na escola, percebemos que, com raras exceções, o método de educação no Nepal é antiquado. Rotineiramente, os estudantes sofriam punições físicas. Os professores batiam, usavam palmatória, beliscavam, e puxavam as orelhas e cabelos dos alunos. Era comum o aluno ter de ficar de pé debaixo do sol por quarenta minutos por não responder corretamente à duas ou três questões em uma série de quarenta.
A segunda razão de abrirmos a nossa escola era o constrangimento que as nossas jovens sofriam quando começavam a estudar. Muitas garotas traficadas não tiveram a oportunidade de estudar antes de seu resgate ou estudaram por um curto período. Quando as matriculávamos em alguma escola, elas começavam nas primeiras sérias com outras crianças muito mais novas do que elas. Assim, eram motivos de chacota e de discriminação pelos professores e a demais alunos.